O Poder Destrutivo de Nossas Palavras
Hoje, gostaria de refletir sobre um tema de extrema importância para a nossa vida cristã e para os nossos relacionamentos: o poder das nossas palavras. A Bíblia é clara em nos mostrar que aquilo que sai da nossa boca tem a capacidade de edificar ou de destruir, de abençoar ou de amaldiçoar. E, infelizmente, somos muitas vezes descuidados com o uso desse dom tão poderoso.
- A. Há tempo para ficar calado e tempo para falar. Ec 3:7.
- B. O poder da vida e da morte está na língua. Pv 18:21.
- C. O homem fala do que há em abundância no coração. Mt 12:34.
- D. O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias. Pv 21:23.
- E. Palavras gentis são como favos de mel. Pv 16:24.
- F. Nossa maneira de falar nos identifica. Mt 26:73.
- G. Moisés falou precipitadamente, e é por isso que sofreu. Sl 106:32-33.
- H. As pessoas darão conta de cada palavra descuidada que falam. Mt 12:36.
- I. Por nossas palavras seremos justificados ou condenados. Mt 12:37.
Vamos explorar juntos as diversas formas pelas quais nossas palavras podem ser usadas para o mal, conforme as Escrituras nos alertam. Que esta reflexão nos leve a um maior cuidado e discernimento ao falar.
A. Palavras Suaves e Lisonjeiras (Para Enganar)
Proverbios 29:5 nos diz: "O homem que lisonjeia o seu próximo arma uma rede para os seus pés." E Romanos 16:18 complementa: "Porque os tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e elogios enganam os corações dos simples."
Quantas vezes usamos palavras agradáveis e lisonjas com a intenção de manipular, de conseguir algo em benefício próprio, ou de enganar? A lisonja, quando não é sincera e vem carregada de segundas intenções, é uma armadilha. Ela desarma o outro e o torna vulnerável à nossa influência enganosa. Cuidado com as palavras doces que escondem um veneno.
B. Palavras Más ou Enganosas
Em 1 Pedro 3:10, lemos: "Porque quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal e os seus lábios não falem engano."
Nossas palavras não devem ser fontes de maldade ou de engano. Isso inclui fofocas maliciosas, insinuações, ou qualquer fala que distorça a verdade para prejudicar alguém. A língua é uma ferramenta poderosa, e quando usada para o mal, torna-se uma arma perigosa que rouba a paz e destrói reputações.
C. Palavras Desonestas
Efésios 4:29 nos exorta: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para edificação, conforme a necessidade, para que dê graça aos que a ouvem." Colossenses 3:8 acrescenta: "Mas agora despojai-vos também de tudo isto: ira, cólera, malícia, maledicência, linguagem torpe da vossa boca."
Palavras desonestas são aquelas que não são verdadeiras, que buscam enganar, dissimular ou que são simplesmente obscenas e vulgares. A boca do cristão deve ser uma fonte de edificação, de graça e de verdade, e não de palavras que corrompem e destroem.
D. Mentiras Uns aos Outros
Colossenses 3:9 nos adverte: "Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos." Tiago 4:11 também nos lembra: "Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal de seu irmão e julga a seu irmão, fala mal da lei e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz."
A mentira é uma abominação para Deus. Ela corrompe os relacionamentos, destrói a confiança e nos afasta da verdade. Como filhos da luz, devemos ser transparentes e íntegros em nossas palavras, cultivando a verdade em tudo o que falamos.
E. Loucura e Linguagem Enganosa
Efésios 5:4 nos diz: "Nem torpezas, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convêm; mas antes ações de graças." E 1 Timóteo 5:13, sobre as viúvas ociosas, menciona: "E, além disto, aprendem também a ser ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas também faladeiras e curiosas, falando o que não convém."
Linguagem tola, piadas vulgares e conversas ociosas que levam à fofoca ou ao engano não são próprias para o cristão. Nossas palavras devem ser temperadas com graça e edificação, e não com futilidades que nos afastam do propósito de Deus.
F. Falso Testemunho, Blasfêmia
Em Mateus 15:18, Jesus ensina: "Mas o que sai da boca procede do coração, e isso contamina o homem." Provérbios 16:19 diz: "Melhor é ser humilde de espírito com os humildes, do que repartir o despojo com os soberbos." Provérbios 19:9: "A falsa testemunha não ficará impune, e o que profere mentiras perecerá." E Provérbios 25:18: "Martelo, e espada, e flecha aguda é o homem que depõe falso testemunho contra o seu próximo."
O falso testemunho e a blasfêmia são pecados gravíssimos. Eles não apenas ferem o próximo, mas também afrontam a santidade de Deus. A boca que deveria louvar e adorar ao Senhor não pode ser usada para difamar ou desonrar Seu nome ou o de Seus filhos.
G. Maldições
Tiago 3:9 nos lembra da incoerência: "Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus." Provérbios 20:20 adverte: "A quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, apagar-se-lhe-á a sua lâmpada em escuridão."
É chocante pensar que a mesma boca que é usada para louvar a Deus pode ser usada para amaldiçoar pessoas, que são criadas à imagem e semelhança de Deus. Maldições expressam ódio e ressentimento, e não têm lugar na vida de um seguidor de Cristo. Devemos abençoar, e não amaldiçoar.
H. Palavras de Calúnia
Em 1 Timóteo 3:11, ao falar sobre as diaconisas, a Bíblia diz que não devem ser "maledicentes". E Tito 3:2 instrui: "que a ninguém difamem, nem sejam contenciosos, mas modestos, mostrando toda a mansidão para com todos os homens."
A calúnia é a propagação de informações falsas e maliciosas com o intuito de prejudicar a reputação de alguém. É um ataque covarde que destrói relacionamentos e semeia a discórdia. Como cristãos, somos chamados a edificar, não a destruir com palavras.
I. Palavras Mentirosas
Provérbios 12:22: "Os lábios mentirosos são abominação para o Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite." Provérbios 14:5: "A testemunha verdadeira não mente, mas a testemunha falsa profere mentiras." Provérbios 17:4: "O ímpio atenta para o lábio iníquo, e o mentiroso inclina os ouvidos para a língua perniciosa." E Efésios 4:25: "Pelo que, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros."
A mentira em suas diversas formas – seja uma mentira branca, uma omissão da verdade ou uma fabricação completa – é um pecado grave. Ela é contrária à natureza de Deus, que é a própria Verdade. Devemos nos esforçar para que nossas palavras sejam sempre verdadeiras e íntegras.
J. Palavras que Semeiam Discórdia entre Irmãos
Provérbios 6:19 nos lista uma das sete coisas que o Senhor abomina: "A testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia discórdia entre irmãos." Provérbios 17:9: "Quem encobre a transgressão busca a amizade, mas o que revolve o assunto separa os maiores amigos."
Semear discórdia entre irmãos é um pecado abominável aos olhos de Deus. Isso inclui fofocas, intrigas, insinuações e qualquer palavra que tenha como objetivo separar pessoas, criar desconfiança ou gerar conflitos. Somos chamados a ser pacificadores, não semeadores de discórdia.
K. Palavras de Ira
Provérbios 15:1: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." Provérbios 15:18: "O homem iracundo suscita contendas, mas o longânimo apazigua a contenda." Provérbios 16:32: "Melhor é o que tarda em irar-se do que o poderoso, e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade." Provérbios 29:22: "O homem iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões." Tiago 1:19-20: "Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus."
A ira é uma emoção poderosa que, quando não controlada, leva a palavras duras, ofensivas e destrutivas. Palavras ditas na ira podem causar feridas profundas e duradouras. Somos chamados a ser tardios para falar e tardios para nos irar, controlando nossas emoções para que nossas palavras sejam instrumentos de paz e reconciliação.
- Pregação sobre A Paz que Excede Todo Entendimento Filipenses 4:7.
- Pregação sobre a Parábola da Figueira Infrutífera (Estéril) Lucas 13:6-9
- Pregação sobre A Oferta da Viúva Pobre Marcos 12:41-44
Conclusão
Vemos, pois, que nossas palavras carregam um poder imenso, para o bem ou para o mal. Que a nossa oração e o nosso desejo constante sejam para que a nossa boca seja sempre usada para glorificar a Deus, para edificar o próximo e para semear a paz e o amor. Que o Espírito Santo nos capacite a refrear nossa língua e a usar este dom com sabedoria e discernimento, para que possamos refletir a imagem de Cristo em tudo o que dizemos.
Pensemos bem antes de falar. Que cada palavra que sair de nossa boca seja um reflexo do amor de Cristo em nossos corações.